domingo, 21 de janeiro de 2024

POEMA DA CONSTERNAÇÃO

De repente fez-se caco, o que era diamante

Fez-se cacto, o que era flor

Fez-se indiferença, o que era amor

De repente fez-se pálido, o que era brilhante.


De repente fez-se deserto, o que era mar 

Tornou-se inferno, o que paraíso

Tornou-se rugoso o que era liso

De repente fez-se selva, o que era pomar.


De repente fez-se inverno, o que era verão

Fez-se outono, o que era primavera

Fez-se pano, o que era bandeira

De repente fez-se crocodilo, o que era leão.


De repente fez-se calvário, o que era jardim

Fez-se desespero, o que era esperança

Fez-se tempestade, o que era bonança

De repente fez-se tristeza, o que era festim.


De repente fez-se mendigo, quem era patrão

Fez-se promessa do que seria o presente

Fez-se presente está dor insolente

De repente fez-se migalha, o que era pão. 


De repente fez-se Diabo, quem era Santo

Fez-se pagão, quem era Jesus

Fez-se apagão, o que era luz 

De repente tornou-se repulsa, o que era encanto. 


De repente fez-se agitação, do que era a paz

Fez-se paz, do que era agitação

Fez-se o que se faz numa "sã nacão"(...)

De repente tornou-se cinza, o que era lilás.


De repente fez-se pimenta, o que era refresco

Fez-se burlesco, o que era sério 

Fez-se por emoção, o que seria por critério

De repente fez-se pó, o que era gigantesco. 


De repente tornou-se velho, o "Homem-novo"

Tornou-se de um, o que seria comum

Enfim, tornou-se espinho o nosso "atum"

De repente separou-se a clara da gema (do antigo ovo).


Sempre de pedra a pedra, levando pedrada

De sol em sol, nos golpes das mãos em punho ...

Haverá uma luz que brilhe, sim, um outro Junho

Mais pomposo e glorioso que qualquer fada. 


De repente..."não mais que de repente"

"A mão armada" fez-se "a mão amada"

"A mão amada" fez-se "a mão armada"...

Vivemos feito relâmpagos(...) sempre de repente!


Quem olhar dentro de nós e ver algo, assim, eterno, 

Será em sonho, ou numa simples imaginação...

Eu, por exemplo, veterano da reincidente desilusão,

Só acredito em mim sonhando-me sempiterno. 


22-23/10/2021

Octaviano Joba

PORQUÊ?


Por quê me olhas assim tão perturbada

Com esse ar que inspira vilania?

Por quê abraças tão forte a agonia,

Se sorriste,- enquanto chorei-, pela palmada?!


Por quê me deseja, desditosa, o desdém

E quer que eu vá p'ra lá, p'ra o Inferno?

Por quê é que, desse amor que era eterno,

Quer que eu morra, vá p'ra o Quente Além?!


Por quê o ódio, tamanha judiação?

Por quê esse bloco de rancor no seu ventre?

Veja o lado bom da vida...se concentre!

Talvez brilhe p'ra si uma nova paixão...


Por quê andas triste, de tropeço em tropeço,

Rogando a Deus de segundo em segundo?

Por quê destruiste tão cedo o seu mundo

E hoje pagas em prestações o triste preço?


Por quê esse riso adolescente tornado pranto

Escraviza o seu peito de mulher que és?

Vejo um lago de lágrimas em seus pés 

Enquanto ensaio um Salmo, um canto...


Se acaso passo por ti, finges que não me vês 

E eu engulo a seco esse amargo desprezo

Mas, todos os dias, em silêncio, eu rezo

Que um dia descubras as respostas dos "porquês".


Octaviano Joba

POEMA DO DITO PATRÃO ( EM COMBUSTÃO)

Há coisas que não têm explicação 

Por que é que, sendo eu o patrão, 

Vivo de migalhas, de grão em grão, 

Sobrevivo às navalhas no meu coração, 

Vejo mortalhas em toda a direção

Prevejo falhas planificadas com precisão, 

Ando empoeirado, se arrastando pelo chão, 

Pranto empoleirado, bem vazia a minha mão.


Há coisas que não têm explicação: 

Por que é que, sendo eu o patrão,

Sou fruto da frieza e da exploração, 

Produto do abandono de quem jurou paixão, 

Só é certa a incerteza, a morte e o caixão.


Tudo cheira a mofo, a fornalha, a combustão. . . 

O Cabo em chamas, o Centro é Paquistão, 

O futuro é incerto, alegria é só quinhão, 

Desiquilibrio na balança, injustiça na equação, 

Delírio, matança. . . preguiça e desilusão, 

O lírio é criança murchando sem pão!


Há coisas que não tem explicação:

Por que é que, sendo eu o patrão, 

Tenho Liberdade vigiada, que é uma prisão, 

Migalhas mensais a que chamam de pensão, 

. . . promessa adiada, que já virou canção. . . 

Não importa a fome de Joaquim, Jorge ou João, 

Só há pressa na eleição, leilão e usurpação. . . 


Quando digo eu, digo todos: — A população, 

Essa sociedade assassinada, latindo como cão:  

Direitos desfeitos, sem Saúde. . . nem Educação, 

Igrejas autorizadas a vender a Salvação, 

Cervejas geladas, embriaguez, perdição, 

Bondade simulada do multicolor camaleão, 

Verdade assustada. . . silêncio e escuridão. . . 

Hipocrisia na cara do crocodilo chorão. . .

No leão vegetariano não acredito, não! 


Estou nas calmas. . . Calmíssimo, meu irmão, 

Mas não queiras acordar este feio leão, 

Este dragão faminto, para uma Revolução. . . 


Octaviano Joba

NÃO FALTA NADA


Não falta alguém que diga disparate;
Não falta incerteza em nossas vidas;
Não falta alguém que pilhe e mate;
Não falta mendigos pelas avenidas...

Não falta fome rindo à espreita;
Não falta pobres entregues à sua sorte;
Não falta insegurança por nós eleita;
Não falta barcos velejando sem "Norte".

Não falta desespero aos sonhadores;
Não falta medo na luta pela verdade;
Não falta prepotência (dos ditadores);
Não falta, aos revolucionários, uma grade...

Não falta "Profetas" vendendo a salvação;
Não falta promessas, tantos desencantos;
Não falta "pseudo-nacionalistas", frieza e traição;
Não falta "descontentes", mágoas e prantos.

Não falta "fumos no ar"... poeira à vista; 
Não falta pimenta nos olhos dos justos; 
Não falta "camaleões" andando na pista; 
Não falta "reedição da paz"(...) e sustos.

No entanto, é tanta falta, tanta escassez;
Para quem não lhe falta amor à pátria! 

Octaviano Octaviano Joba

LEMBRANÇAS

 Vivemos um Paraíso enquanto nos amamos

E tudo na vida tinha algo de belo e doce

Mas, aos poucos, o Paraíso acabou-se 

E o que seria eterno, num instante, injuriamos.


Se de almas gémeas tornamos rivais

E vemo-nos pela rua como gato e rato,

Quem lembrará e será tão grato

Por esse tempo que vivemos como casais?


Eu guardo comigo grandes lições de vida,

Também guardo comigo grandes momentos...

Faça revisão dos seus antigos sentimentos...

Quem sorria p'ra mim, toda florida?!


Saiba que, enquanto eu viver e tu víveres,

Haverá sempre algo que nos torne semelhantes: 

(não olhe p'ra o lado das coisas humilhantes)

- Lembraremos os mesmos beijos...os mesmos prazeres.


Octaviano Joba

SILÊNCIO E ESCURIDÃO


Ao cego que não pode ver 

A forma das coisas em seu redor;

A beleza doce duma linda flor;

A Geometria divina das coisas naturais

A Natureza florida...praias, rios, mangais;

As paisagens... savanas e prados;

A abundância dos campos lavrados;

A verdade no rosto de quem mente;

A mentira embrulhada num presente...

...ao cego que não pode ver...

Tudo lhe-é treva...espessa escuridão.


Ao surdo que não pode ouvir

O som intenso e estridente dum trovão;

A melodia cativante duma linda canção;

O grito de dor aflita duma mãe que chora;

O choro de um homem que, ajoelhado, implora;

O rugido duma fera furiosa em arrelia;

A promessa expressa, mais linda que poesia...

...ao surdo que não pode ouvir...

Tudo lhe-é silêncio...eterno silêncio.


Quantos de nós, no decorrer dos dias,

De olhos vivos, acesos, e ardentes,

Somos cegos ao amor que nos rodeia?

Quantos de nós, nas nossas utopias,

De ouvidos vivos, abertos e presentes

Somos surdos às vozes em apneia?

― Muitos! Muitos!


Octaviano Joba

LÊ-SE: ESTRESSE

 


O ócio é sócio da preguiça

Preguiça que atiça ou iça

A desgraça saça sem graça...

Traça, não faça fogo ou fumaça

Na nossa praça...! Saciou cachaça?!

Cansamos com caçoada...trapaça!

Cansamos com caçada...mordaça!

Cansamos com "balançada"...murraça!

Cansamos com palhaçada...matança!


Justiça dança que dança na balança

Mas balança não é bonança

E bonança não é criança... mudança: 

A verdade tem dono? Tem?

Ou é de ninguém!


Passa, traça! Passa!

Que não sou papagaio da sua laia...Caia!

Passa, traça! passa!

Que, de medo, aqui, ninguém desmaia...Vaia!


Queriam que eu fosse vigoroso corvo

Venerando o vetusto verdugo venenoso...

Queriam que eu fosse parvo corvo

Bebendo aos sorvos o ovo cheio de gema, 

Porém, já faz tempo que estou ensopado

Empapado pelos "gordos sapos que engoli..."

Embriagado gado babado pelo futuro que nunca vi...

Vai, tosca mosca! Vai! Que eu já me defini: 

Eu sou mais eu(...) e eu nunca me vendi!


Não me peçam paciência

Porque tudo explodiu.

Não me peçam eloquência

Porque alguém me cuspiu...

E esse alguém relaxa: amêijoa na concha (...)

Xis: primeira bolacha última da caixa; 

Enquanto eu, coxeando na roça, 

De coxa roxa na rocha,

Sem feijão nem carvão, 

Sem limão nem pão,

Sem galinha nem farinha, 

Sem papinha nem chiguinha

Sem peixe em cash, 

Sem arroz nem voz, 

Eu, sem cambalacho mortiço, 

Atiço às minhas forças para livrar-me da forca...

Da fome que me consome... e não some!


Porém uma coisa vou dizer, sim

(E sempre pensei nisso):

− Que se lixe o luxo do Chico no lixo!

E, tendo dito assim, 

Espero que quem esteja lixado

(Ou linchado) não seja eu, o bicho!

− Mééé! Mééé! Mééé! (Este sou eu, cabrito chorante).


Mas chorar com chocolate no bucho é chilique chique

E "se pique no olho" quem acha que é chocante

A incessante pérola chamada Moçambique(...)


Octaviano Joba 

POR QUÊ TANTO PRANTO NO CANTO DO OLHO?

Tanto pranto no canto do olho.— Cansaço!

Tanto Desencanto num pranto só

Tanto poço. . . Laço no pescoço. . . Tanto nó

Tanto pó, estilhaço, caco. . . Tanto bagaço.


A gente sente na mente a corrente

Desse estresse que aquece e enlouquece,

Desvanesse e enfraquece a prece 

E o amor que outrora fora vivo e quente.


Gente. . .!!! Porque tanto tédio e ódio no peito?!

Tanto tempo tentando atormentar o outro. . .!

Tanto mostro, tanto rosto tostado, coração frouxo!

Tanto desgosto, tanto rosto tosco com gosto ignoto, 

Com gosto de esgoto nesta triste foto. . . Rosto roto!

Por quê este leito feito de lágrimas! Tudo desfeito!


Está feito, sim. . . P'ra mim, o jardim virou capim

E o que era Pirlim Pim Pim de tintim por tintim

Agora virou festim de piri-piri, siriri (cupim) e rum tão ruim

Roendo o rim. . . Berbequim nas mãos de Caim, 

Enfim, o que era azul, Anjos (Serafim), virou carmim, 

E vejo-me, assim, no princípio do precipício, sim, 

Chorando todo roxo com a cara inchada.— Fim.


Octaviano Joba

Data: 13-18/07/2022


Siriri— [Entomologia] Nome popular em algumas regiões do Brasil dado às formas aladas de cupins, que aparecem em grande quantidade por ocasião da revoada, largando as asas pelo chão. 


Fonte: https://www.google.com/amp/s/www.dicio


nario.info/amp.php%3fnome=siriri

REALIDADE


Sonhei que o mundo era doce. . . Lindo, 

Infindo, —sem princípio nem fim—,

Jardim, flores. . . Pássaros sorrindo,

Bramindo o mar. . . Anjos. . . Serafim. . .


Assim tudo tão lindo, tão perfeito. . .

Um leito de rio a correr de mansinho. . . 

Sozinho sorria alegre o meu peito  

Dum jeito que parecia um Anjinho. . . 


. . . alinho-me nesse sonho. . . Canto. . . 

Tanto quanto o meu doce delírio…

Colírio em mim — Flor. . . Encanto. . . 


Espanto-me quando abro a cortina. . . 

Retina quebrada. . . Murcha o lírio:

Martírio, tiro, fumo e mina. . . 


Octaviano Joba

POESIA D

 Deus no céu e na terra. . . 

Diabo quer é fazer guerra.

Deus coloriu a paisagem. . . 

Diabo fez a aragem.

Deus fez é o verdadeiro amor. . . 

Diabo, a hipocrisia e o rancor.

Deus nos amou, nos ama. . . 

Diabo nos chama pra a chama.

Deus é Pai do Universo…

Diabo. . . —o inverso.

Deus enviou-nos os Anjos. . . 

Diabo fez são "rearranjos".

Deus é Divino, todo Poderoso. . . 

Diabo é espinho desastroso.

Deus fez a linda mãe Eva. . . 

Diabo aliciou-a com as trevas.

Deus é calmo, paciente. . . 

Diabo é um jumento demente.

Deus é a mais bela poesia. . . 

Diabo, a mais feia hipocrisia. 

Deus tem para mim a salvação. . . 

Diabo gosta é lançar-no ao carvão(. . .) 


Agosto de 2018

Octaviano Joba

MEU MUNDO

 Pensando bem, lá bem no fundo

Tu és o meu infindo mundo 

Um mundo lindo sorrindo. . . 

E este amor profundo

Oriundo de mim

É um mar sem fim

Enfim, sinto-me jucundo e fecundo. . . 


Eu sou eu e tu és o meu mundo 

Assim, juntos, 

Como o mundo em Raimundo e Edmundo: 

Enfim, abundas em mim

Tanto quanto abundo em ti. . . 

Resides nos meus pensamentos de segundo em segundo

E eu vivo em ti porque és o meu mundo. . . 


Sou apenas um vagabundo moribundo, 

Imundo, não!

Furibundo, também não!

Sou a luz silenciosa do meu coração

Querendo dizer–te: Paixão!


Aprofundo cada vez mais este amor profundo

Lapido–o. . . Vou mais fundo, 

E sinto-me tão fecundo quanto jucundo. . . 

Jucundo junto de ti, o meu mundo!


Octaviano Joba

24/08/2022

PORTA É PORTA

Porta-moedas

— Não é porta. 

Porta-malas

— Não é porta. 

Porta-luvas

— Não é porta. 

Porta-livros

— Não é porta. 

Porta-lápis

— Não é porta. 

Porta-jóias

— Não é porta. 

Porta-retratos

— Não é porta. 

Porta-voz

— Não é porta.


Porta é sempre porta

E comporta-se como porta.


Octaviano Joba

Agosto de 2018

SE EU FOSSE

—És um passarinho!

Diz a minha mãezinha. 

— És um Anjinho!

Diz a minha avozinha.


Mas se eu fosse um passarinho

Ou Anjinho…

Voaria até à Lua. 


Sou apenas um menininho. . . 

— Coitadinho!

Só sei voar até à rua.


Octaviano Joba


Agosto de 2018

SONHO

 Sempre sonho com um papel 

E uma caneta na mão. . . 

Às vezes, com um pincel

Pintando num papelão. . . 


E faço letras gigantes 

Que parecem ondas do mar. . . 

Os desenhos são tão brilhantes

Que podem iluminar. . .


Octaviano Joba 

Agosto de 2018

A AMIZADE

  O menino parou e sorriu,

A menina olhou e tossiu,

A mãe do primeiro olhou…

E a da segunda saudou…


Assim começou a amizade

De dois meninos no jardim:

O menino chama-se Andrade,

E a menina, Lasmim. 


A mãe do primeiro chama-se Maria

E a da segunda, Jacinta; 

O menino adora escrever poesia, 

A menina. . . Advinhem...! —Pinta.


Octaviano Joba

Agosto de 2018

LIÇÃO II

Chamam-me de louco

Porque rio com os meus poemas

Mas não entendem, nem pouco,

Que resolvo os meus problemas. 


Octaviano Joba

Agosto de 2018

LIÇÃO I

 Não sei o que é verso

Muito menos o que é poema. . . 

Este meu problema 

Tem tamanho do Universo. 


Octaviano Joba 

Agosto de 2018

RETRATO DE UM SONHADOR

Sou o que sempre fui, — eu mesmo.

E para sempre serei único e igual.

Não sou guiado pelo vento, não vivo à esmo. 

Serei igual ao que sou e fui: natural. 


Transformo-me na melhor versão de mim

Passando de geração em geração. . . 

Para tudo há Começo, Meio e Fim;

Também seguirá esta ordem o meu coração. 


Quem disser que sou mau que o diga:

Até Jesus foi entregue pelos seus. . . 

A amizade é uma semente, uma espiga, 

A da parábola que Jesus aprendeu de Deus. 


Valorizo a beleza e simplicidade da Natureza: 

Sou tão igual à qualquer indígena . 

Sobre o futuro, evito ter absoluta certeza 

Como esse que se expressa como alienígena. 


Tento ser humano, e o sou. . . Sou honesto:

Só engano a mim mesmo nas horas vagas. 

Uns dizem que valho, outros, que não presto, 

E é por isso que me lançam pragas.


13/11/2023

Octaviano Joba

HOMENAGEM À UM HERÓI (2) (Poema infinito para Azagaia)

HOMENAGEM À UM HERÓI (2)
(Poema infinito para Azagaia) 

Nunca olvido do ocorrido, vivido e sentido, 
Nem duvido da verdade. . . Não duvido! 
Eu, cuspido pelas "mentiras da verdade"
Nas grades da dura censura sem candura
Eu. . . Que nunca fui ouvido, 
Que, quando ouvido, fui desmentido, 
Cuspido de novo, 
Rido pelos ruidos promovidos. . . 
Convertido em arguido feito um foragido, 
Metido em argolas e gaiolas
Agredido e ferido fisicamente
Transferido para um lugar dolente. . .
Agredido de novo por um zumbido, 
Rugido, zunido, vagido. . . e mugido, 
Já partido e embebido de lágrimas,
Nas lástimas em leves rimas. . . 
Eu. . . serei sendo o mesmo sustenido,
Sustentado pelos meus pensamentos, 
E sentimentos voando pelos ventos. . . 

Eu, vestido de tristeza e incerteza, 
Mas despido de frieza, 
Dividido entre a vida e a morte, 
Sem Norte nem Sul. . . Sem sorte. . . 
Bem batido (remexido), e combatido pelos vermes
Tido como bandido. . . denegrido
Sem ter infligido nenhum artigo, 
Eu, ungido de lamento e castigo, 
Aparentemente Demolido, lânguido. . . de peito dorido,  
Supostamente vencido pelo "mal-agradecido",
Serei sempre sendo eu, livre e destemido. 

Eu que, —mesmo tendo um cupido desmedido
Pela Paz que agora se desfaz e jaz—, 
Fui lido, mas incompreendido; 
Fui ouvido, mas desmentido, 
Serei eu mesmo a própria zagaia ou Azagaia, 
A flecha do cupido que algum coração desmaia. 

Octaviano Joba

"Heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências" 

 William Shakespeare

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