domingo, 21 de janeiro de 2024

HOMENAGEM À UM HERÓI (2) (Poema infinito para Azagaia)

HOMENAGEM À UM HERÓI (2)
(Poema infinito para Azagaia) 

Nunca olvido do ocorrido, vivido e sentido, 
Nem duvido da verdade. . . Não duvido! 
Eu, cuspido pelas "mentiras da verdade"
Nas grades da dura censura sem candura
Eu. . . Que nunca fui ouvido, 
Que, quando ouvido, fui desmentido, 
Cuspido de novo, 
Rido pelos ruidos promovidos. . . 
Convertido em arguido feito um foragido, 
Metido em argolas e gaiolas
Agredido e ferido fisicamente
Transferido para um lugar dolente. . .
Agredido de novo por um zumbido, 
Rugido, zunido, vagido. . . e mugido, 
Já partido e embebido de lágrimas,
Nas lástimas em leves rimas. . . 
Eu. . . serei sendo o mesmo sustenido,
Sustentado pelos meus pensamentos, 
E sentimentos voando pelos ventos. . . 

Eu, vestido de tristeza e incerteza, 
Mas despido de frieza, 
Dividido entre a vida e a morte, 
Sem Norte nem Sul. . . Sem sorte. . . 
Bem batido (remexido), e combatido pelos vermes
Tido como bandido. . . denegrido
Sem ter infligido nenhum artigo, 
Eu, ungido de lamento e castigo, 
Aparentemente Demolido, lânguido. . . de peito dorido,  
Supostamente vencido pelo "mal-agradecido",
Serei sempre sendo eu, livre e destemido. 

Eu que, —mesmo tendo um cupido desmedido
Pela Paz que agora se desfaz e jaz—, 
Fui lido, mas incompreendido; 
Fui ouvido, mas desmentido, 
Serei eu mesmo a própria zagaia ou Azagaia, 
A flecha do cupido que algum coração desmaia. 

Octaviano Joba

"Heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências" 

 William Shakespeare

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