domingo, 21 de janeiro de 2024

SILÊNCIO E ESCURIDÃO


Ao cego que não pode ver 

A forma das coisas em seu redor;

A beleza doce duma linda flor;

A Geometria divina das coisas naturais

A Natureza florida...praias, rios, mangais;

As paisagens... savanas e prados;

A abundância dos campos lavrados;

A verdade no rosto de quem mente;

A mentira embrulhada num presente...

...ao cego que não pode ver...

Tudo lhe-é treva...espessa escuridão.


Ao surdo que não pode ouvir

O som intenso e estridente dum trovão;

A melodia cativante duma linda canção;

O grito de dor aflita duma mãe que chora;

O choro de um homem que, ajoelhado, implora;

O rugido duma fera furiosa em arrelia;

A promessa expressa, mais linda que poesia...

...ao surdo que não pode ouvir...

Tudo lhe-é silêncio...eterno silêncio.


Quantos de nós, no decorrer dos dias,

De olhos vivos, acesos, e ardentes,

Somos cegos ao amor que nos rodeia?

Quantos de nós, nas nossas utopias,

De ouvidos vivos, abertos e presentes

Somos surdos às vozes em apneia?

― Muitos! Muitos!


Octaviano Joba

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