sexta-feira, 24 de junho de 2022

HOMENAGEM A UM HERÓI (Poema Infinito para Samora Machel)


 HOMENAGEM A UM HERÓI (Poema Infinito para Samora Machel)


Num ambiente campestre, de linda paisagem

De algum rio florido, talvez, à margem

Nasceu um generoso menimo– O personagem– 

Duma linhagem de guerreiros de coragem

Que, vindo do futuro, como uma divina triagem, 

Escalou a pérola, a qual vemo-la no Além, 

Pálida. . . fugindo-nos veloz como trem. . .


Enquanto menino, entre a miudagem, 

Dedicou-se à pastagem e à aprendizagem. . .

Dominou a ciência e a técnica. . . a linguagem. . .

Fez-se homem íntegro, determinado. . . de coragem, 

Trabalhou no hospital(. . . ) na Enfermagem. . .

Gentil–homem, generoso. . . de coragem,

Que,– tendo ingressado nas fileiras–, na triagem, 

Surpreendeu o mundo co'a sua imagem

Tão subtil quanto ao amor. . . a linguagem. . .

Tão destemida quanto a força. . . a mensagem

Que deixou-nos numa inviolável embalagem

E recordamo-la tristemente, sobretudo na miragem,

Nesta falsa aragem onde falta-nos coragem 

Para dizer "Abaixo. . .!":–   Abaixo a sabotagem!

– Abaixo ao igoismo e à clivagem!  

– Abaixo ao tribalismo e à boicotarem!

– Abaixo ao regionalismo e à malandragem! 

– Abaixo ao cabritismo e à inveja que nos aleija!

– Chega aos insensíveis, e aos que agem

Tirando sempre vantagem na estiagem

Enquanto os nossos olhos, como uma barragem, 

Derramam lágrimas na filmagem e reportagem!

– Chega "aos que não se agitam", nem reagem

Quando os sanguessugas sugam o sangue

E a desgraça vai e vem como um bumerangue!

– Chega ao excesso de luxo no lixo. . . Exangue 

é o povo descalço, a pé. . . de bicicleta–mustang

Amaldiçoando um tal de . . . "Pedro–Xang" 

Nesta triste tristeza transformada em tatuagem. . . 

Esta tristeza que temo-la em alta voltagem, 

Está esperança que temo-la em mínima dosagem; 

O amor ao que nos une e edifica, idem; 

A riqueza que devia nos sustentar e alegrar, ibidem. . .


Nasceu. . . assim, no chão da Pátria, como vagem

E de folha em folha fez-se a fresca folhagem. . . 

Cresceu. . . Formou-se

Transformou-se

Tornou-se robusto. . . fez-se a ramagem, 

E, sem paragem, sonhou com uma paisagem

Que fosse para todos na mesma dosagem:

Para todas as gerações. . . até para A da "Viragem" . . .

Sonhou com o respeito, a dignidade; 

Sonhou com o amor, a liberdade; 

Sonhou com a honestidade, a verdade. . . 

E vão nesta carruagem

A integridade, a justiça e a Unidade (. . .)


Porém, voltando p'ra o aconchego. . . pasmem: 

Da inadiável viagem, depois da decolagem, 

Vindo. . . Veio vindo, calma e tranquilamente. . . 

No entanto, num instante, de repente, 

Na planagem da águia metálica. . . da fuselagem,

Ouve-se um baque estranho na aparelhagem:

Caos na pilotagem. . . 

Regressiva contagem. . . 

Derrapagem na aterragem. . . 

E, assim, sem travagem, 

Foi-se o gentil-homem nessa curta-metragem

Que bem queria, o povo, que fosse longa. . . 

E, sem mais delongas, 

Vai nesta singela homenagem

Onde, – depois de uma inconclusiva peritagem–, 

Fica o seu nome, a História, e a mensagem

De ter sido um visionário na sua abordagem. . . 


Hoje ouço o seu silêncio na praça. . . coragem!!!

E, vendo-me aqui, assim, numa nova roupagem

E maquiagem, 

Escrevendo e lendo em sua homenagem

Apetece-lhe acordar e fazer uma reciclagem

Deste nosso "amor à Pátria" que parece picotagem. . .

Esta Pátria que vendemo-la ao preço de. . . bobagem!

Octaviano Joba

5 comentários:

  1. Parabéns aos Quelimanenses
    Deus os abençoem e parabéns
    Pelo lindo poema!🙏🥰🌺🌹😘🍀

    ResponderEliminar
  2. Gostaria de fazer uma correção...
    Parabéns aos Moçambicanos pela homenagem e Deus os abençoem!🙏🥰🌺🌹😘🍀

    ResponderEliminar