Há muito, muito tempo, quando toda a Humanidade era verdadeiramente humana, não havia mentira. Nem uma mentira. Nesse tempo contava-se pelos dedos os terráqueos na terra. Os humanos viviam as suas reais vidas, viviam o presente sem ilusão, sem maquiagens (os ditos make up's) e seus derivados, sem promessas, sem hipocrisia, sem esperança, e, acreditem, sem Fé. Na verdade, a lista dos "sem" era infinita. E nem sabiam que existia um tempo chamado Futuro. Ninguém tinha Futuro, — e também duvido que neste momento presente, alguém tenha Futuro, embora sempre digam: " o Futuro está nas suas mãos".
O tempo passou, formou-se comunidades, tribos, etnias e reinos, porém a vida continuou ainda tão monótona, tão parada, tão atemporal que não havía datas nem épocas. Foi então que, por ordem de um ancião, dividiram o Dia, em dia e noite. E o dia também dividiram em manhã e tarde. Está foi a primeira mentira registada na História da Humanidade. Não estando ainda satisfeitos, inventaram um Calendário, e tentaram sem sucesso dividir o infindo Tempo em meses, anos, décadas, séculos, e por aí em diante. Tentaram dividir o Tempo mas ninguém sabe o exacto momento em que não haverá mais Tempo no Multiverso. Engraçado! Pode o finito Homem dimensionar o infinito Tempo, ou Espaço? Ainda assim, há confusão no tamanho das fatias do Tempo que inventou: é que um ano no Planeta Terra, é apenas um dia no Planeta Júpiter. E os próprios anos, então nos tempos remotos, tinham menos de 365 ou 366 dias. E também não imagino, no entanto, o dilema de quem nasceu em 29 de Fevereiro (de um ano bissexto): Qual é o dia de seu Aniversário (num ano comum)? Alguns não ficaram satisfeitos com aquela divisão de tempo, de tal modo que inventaram outros calendários: Chinês, Juliano, Juche, Gregoriano, Judaico, Islâmico, até etíope.
Num dado momento, tendo então se inventado o Grande Mito Divino, promoveram reis, feiticeiros, Curandeiros. e Videntes. Uns como representantes dos Deuses, outros como mensageiros divinos, e todo o destino da Humanidade girava em torno deles, os representantes (que actualmente já brincam de Deuses). Foi assim que institucionalizaram o Poder.
Passados séculos, os poderosos deram liberdade aos governados que também pudessem mentir, mas antes da veiculação da mesma, devia a mentira passar pela aDenálise do Conselho de Anciãos para aprovação e divulgação, foi quando, mais tarde, o povo inventou várias lenda e mitos, só para entreter. Lendas e mitos que alguns deles são tidos como verdade actualmente. A função da mentira para o povo era simplesmente de entretenimento.
No entanto, não havendo calejados mentirosos compulsivos, dizia-se, em tempos: "A mentira tem pernas curtas". Mas, verdade seja dita, isso também era uma mentira, pois o Grande Mito já havia feito séculos e séculos caminhando, que transformou-se num Guia (Espiritual), e até hoje continua a Sua jornada milenar.
Mas num dado momento, lá nos tempos idos, o rei perdeu controle das mentiras que circulavam pelo reinado sem a sua aprovação, e decidiu punir severamente aos infractores, mas antes tinha que fazer inventário de tais mentiras, e foi quando descobriu que as mesmas já tinham sido registadas pela História, algumas simplismente como verdade, e outras, como verdade absoluta, em até grandes museus e bibliotecas. Eram datas, eram eventos, eram livros (até sagrados), Enciclopédias, grandes obras de arte, feitos a base de mentira, que a verdade sobre isso, se parecia mais com a mentira do que com ela mesma. Era como se a Lua se parecesse mais com o Sol, do que com ela mesma. . . Tudo confuso. Isso mesmo, a mentira gosta de sentar-se por cima da confusão, onde há caos.
Quiz o rei castigar os visados mas não foi possível, visto que os mesmos inventaram também a outra mentira para se defenderem das investiduras do rei: havendo então leis injustas, inventaram os direitos. E foi uma lista infinita de direitos. O rei ficou louco: porquê o povo precisava de tantos direitos? Não bastava o direito à vida? Nesse balde de direitos, estava lá a "igualdade" disto e daquilo, que também é uma mentira, olhando para a realidade. E, na defesa dos direitos, criaram o activismo, que não difere tanto com muitos da sua família terminados em "ismo". O activismo veio junto, grudado com instituições de caridade com caras de Anjos, e com a Democracia toda santíssima, como um "meio-termo", que é a mais linda das mentiras. Inventaram a "globalização": um só mundo, um só povo, uma só nação, uma só cultura, mas uns são donos do oxigénio, e outros são apenas mendigos, sempre mendigos. E os donos do mundo "destroem florestas e oceanos porque basta o petróleo para respirarem", de tal forma que traçam a desgraça do nosso destino de "G8 maneiras". Diz a velha máxima, — que também é uma mentira—, que o "Bem sempre vence o Mal". Mas quantas injustiças vivemos e sentimos pela vida? Muitas delas são tão arrepiantes que cauterizam a alma.
Uff! São tantas as mentiras criadas, que cansa o pensar. Dizem que o Céu é azul, até parece verdade! Em que hemisfério está o Paraíso ou o Inferno? No Céu? Ou mais Além, em algum outro Planeta? (Estás são perguntas proibidas de fazer). O Paraíso e o Inferno são espaços físicos, ou "psicológicos"? E já agora, são espaços ou tempos? Tendo o Homem recebido ou "conquistado por rebeldia" a Dádiva do Conhecimento pelos Divinos, será ele o único ser inteligentemente pensante já criado? Ou existe um Alienígena no imenso multiverso, zarpando com o seu "Disco Voador"? São tantas perguntas proibidas que o melhor mesmo é ser uma pedra surda, muda, e cega.
Estão destruindo irreversivelmente o Planeta Terra, todo verdinho e fresquinho, e agora já mentem que o Marte é habitável. Sério? Já é um Inferno agora, antes de ser povoado, imagine depois de industrializá-lo! Quem transformou o Paraíso da Terra em Inferno, não pode esperar que transforme o Inferno do Marte em Paraíso (. . .)
E foi assim que a mentira se espalhou definitivamente e se enraizou pelos "QUATRO CANTOS DO MUNDO". Entretanto, sendo a terra redonda, esta é outra mentira milenar, a não ser que, no mínimo, acreditemos que somos todos terraplanistas.
É por estas e outras que somos todos mentirosos, até que se prove o contrário.
Octaviano Joba
Hoje, 1º de Abril, dia da Mentira.